
por Bill Smith
Nos últimos anos, o nacionalismo cristão tem sido um tópico de discussão não apenas nos círculos cristãos, mas também na mídia nacional. Com a ascensão de cristãos declarados como Pete Hegseth a cargos de destaque no governo, a mídia americana tem se preocupado. Embora existam vários grupos dentro dos nacionalistas cristãos (como sempre houve com seus predecessores ideológicos, como os reconstrucionistas¹), há uma verdade que temos em comum: a exclusividade de Jesus como o caminho da salvação. Jesus é Deus Filho, e se você não o adora como Deus, qualquer outra pessoa que você esteja adorando é um demônio.
Essa reivindicação de exclusividade é uma ameaça ao pluralismo americano moderno. Pluralismo é a crença de que todas as religiões são igualmente válidas. Somos, acima de tudo, americanos, unidos por um propósito econômico comum. George Will expressou essa visão neoconservadora há trinta e cinco anos, quando escreveu:
Um propósito central dos arranjos políticos americanos é a subordinação da religião à ordem política, ou seja, a primazia da democracia. Os Fundadores, como Locke antes deles, desejavam domar e domesticar as paixões religiosas do tipo que convulsionavam a Europa. Seu objetivo não era estabelecer uma religião, mas sim uma república comercial — o capitalismo. Seu objetivo era submergir as energias turbulentas das pessoas na busca egoísta de conforto material… Os Fundadores defendiam a tolerância religiosa porque o pluralismo religioso significava paz civil — ordem. (George F. Will, Conduct, Coercion, Belief, Washington Post, April 22, 1990)
A essência do pluralismo é manter a religião privada, uma questão da sua vida interior, e aceitar a validade de outras religiões como “seu caminho para Deus”. Comece a declarar a exclusividade de Jesus, e você perturbará a paz e poderá ser visto como uma ameaça à República.
As alegações do próprio Jesus, no entanto, devem ser consideradas seriamente. Quando confrontado pelos judeus por violar o sábado ao curar o homem no tanque de Betesda, Jesus não apenas demonstrou que não havia violado o sábado, mas também disse que o que fizera refletia perfeitamente a obra de seu Pai. Os judeus entenderam isso como uma afirmação de que ele era igual a Deus (Jo 5:18). Jesus não corrigiu o entendimento deles, mas reforçou sua relação única com o Pai. Ele compreende o Pai de forma única, “vendo” tudo o que o Pai faz e imitando-o. O Pai ama o Filho porque o Filho está no coração do Pai (ver Jo 1:18). O Filho conhece a mente e a vontade do Pai infinitamente porque o Pai ama o Filho e não lhe retém nada (Jo 5:20). O Pai deu autoridade exclusiva ao Filho para julgar o mundo, declarando quem está certo e quem está errado (Jo 5:22-23). Se um homem não honra o Filho, ele desonra o Pai, porque o Pai honra o Filho.
Jesus é a revelação do único Deus vivo e verdadeiro. Se um homem não reconhece Jesus como Deus, ele não conhece a Deus.
Alguns gostariam de relegar Jesus a um bom professor moral, mas como C.S. Lewis diz em Cristianismo Puro e Simples:
Quero evitar aqui que alguém diga a enorme tolice que muitos costumam dizer a respeito dele: “Estou pronto para aceitar a Jesus como um grande mestre de moral, mas não aceito sua reivindicação de ser Deus”. Esse é o tipo de coisa que não se deve dizer. Um homem que fosse meramente um ser humano e dissesse o tipo de coisa que Jesus disse não seria um grande mestre de moral. De duas uma, ou ele seria um lunático — do nível de alguém que afirmasse ser um ovo frito — ou então seria o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus; ou então um louco ou algo pior. Você pode descartá-lo como sendo um tolo ou pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou, então, poderá cair de joelhos a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas não me venha com essa conversa mole de ele ter sido um grande mestre de moral, pois ele não nos deu essa alternativa e nem tinha essa pretensão.¹
Com Jesus, é tudo ou nada. Ele não será relegado a um lugar no panteão. Ele é o Deus dos deuses.
NT: Sugiro a leitura do ensaio do teólogo P. Andrew Sandlin publicado no Blog da Editora Monergismo para uma introdução ao que é o reconstrucionismo cristão: https://monergismo.com/o-credo-da-reconstrucao-crista/
² Lewis, C. S.. Cristianismo puro e simples – C. S. Lewis (Locais do Kindle 937-944). Edição do Kindle.