Por Kenneth L. Gentry, Jr
Esse é meu segundo artigo de cinco sobre o cristianismo e as bebidas alcoólicas. E eu estou destacando as passagens que muitos evangélicos acreditam condenar todo ou qualquer consumo de vinho ou bebidas alcoólicas.
Números 6:2-6:
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar ao Senhor, “De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas. Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se separou ao Senhor, santo será, deixando crescer livremente o cabelo da sua cabeça. Todos os dias que se separar para o Senhor não se aproximará do corpo de um morto.”
Novamente a Escritura aqui proíbe claramente o consumo de vinho. Mas assim como antes, essa é uma circunstância especial e completamente irrelevante para a nossa posição e conduta hoje. Esta proibição é uma parte da legislação do Nazierato que proíbe o vinho somente após fazer um voto público peculiar (v.2). Os atos cerimoniais e votos do antigo pacto não prevalecem sob a ordem do novo pacto (Hb. 8:13).
Além disso, o voto de nazireu inclui evitar todas as uvas (v.3), cortar o cabelo (v. 5), e contato com um cadáver (v. 6). Essas limitações vão muito além do que os abstencionistas e proibicionistas insistem. Em última análise, mesmo esse voto era apenas uma abstinência temporária: “E o sacerdote os oferecerá em oferta de movimento perante o Senhor: Isto é santo para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento, e com a espádua da oferta alçada; e depois o nazireu poderá beber vinho.” (v. 20).
Dado seu próprio contexto histórico, Números 6 não pode servir como uma obrigação vinculada aos crentes hoje. Isso fornece mais evidências da natureza precária do argumento moral antiálcool.
Juízes 13:4
Essa passagem é curta e vai direto no argumento proibicionista. Ele lê: “Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda.”
De tempos em tempos, os defensores antiálcool apontam para este texto como um exemplo de um estilo de vida louvável que as Escrituras incentivam. De fato, o chamado para “ ter cuidado para não beber vinho ou bebida forte” é precisamente o ideal ético dos cristãos abstencionistas e proibicionistas.
Infelizmente, porém, ler a exortação em seu contexto mostra claramente que esta é uma ordenança com foco bastante restrito. O anjo do Senhor falando com a esposa de Manoá a respeito do seu futuro filho, Sansão. Ele será um juiz extraordinariamente talentoso em Israel com um ministério peculiar:
“E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não tinha filhos. E o anjo do Senhor apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.” (Juízes 13:2-5).
Como essa ordenança é bastante peculiar e limitada, aplicá-la universalmente seria uma perversão da exposição. Sansão será um nazireu perpétuo sob as proscrições cerimoniais do nazireado.
Continua… E eu sei o que você está pensando: “Eu vou beber à isso”.
Tradução: Michael Ferreira