por Uri Brito
O que estamos vivenciando em nossos tempos é meramente uma repetição da crítica superior clássica. No século XIX, Abraham Kuyper argumentou que a academia modernista vivia uma tentativa de serem considerados sagrados. Sua sabedoria mundana sustentaria seu status de elite porque seus valores éticos estavam livres do controle religioso.
Kuyper observou que eles pensavam ter encontrado a verdade, mas atribuíram “a realidade a um miragem, um conto de fadas”.
Ele também argumentou que a saída desse caos moral é de tornar a educação cristã indispensável para o sucesso da Igreja. Como o Estado não tinha interesse no conceito bíblico da verdade, “os cristãos teriam que estabelecer suas próprias escolas”.
Ele sabia que o modernismo só poderia prosperar se mantivesse a classe média baixa afastada do processo político. Naquela época, as pessoas em situação de pobreza permaneciam distantes do engajamento político, pois a maioria delas não tinha permissão para votar por não possuir terras. Portanto, Kuyper entrou na cena política ansioso para apelar à classe média baixa. Ele sabia que os pobres na Holanda queriam preservar a tradição e conservar o cristianismo em suas comunidades. Ele os convocou a entrar no palco político para exorcizar os modernistas tanto da Igreja quanto do Estado.
Nossa cena hoje nos oferece a oportunidade de abandonar a antipatia em relação à política, incentivando a Igreja a reentrar no palco da história e lutar pelo bem da sociedade; ver sua tarefa cristã como muito mais do que apenas uma busca espiritual do céu, mas como o meio fundamental pelo qual a sociedade é transformada.
Os modernistas de hoje não querem nada com a verdade, mas opinam do conforto de seus cargos vitalícios, e agora devemos procurar deixá-los a seus próprios dispositivos e começar de novo com instituições bíblicas que pressupõem a vida triúna em cada ponto do empreendimento humano.
James E. McGoldrick, Abraham Kuyper: God’s Renaissance Man, 56